sábado, 29 de dezembro de 2007

Haikaa, cantora

História

Haikaa Yamamoto
Nascida no Brasil em 1974, a cantora e compositora HAIKAA viveu parte de sua vida no Japão e nos EUA. Iniciou sua carreira no oriente onde lançou um disco pela Sony Japan como integrante da banda-teen “Girls Club”. Logo depois foi para a Tufts University em Boston, onde decidiu se dedicar definitivamente a carreira musical. Retornou ao Brasil para desenvolver seu trabalho artístico em um ambiente culturalmente múltiplo e diversificado.

Após experimentar vários estilos musicais, HAIKAA criou seu próprio “gênero” que batizou de “Cross Culture Music”. Sua música faz referência constante as três principais culturas que fazem parte de sua vida. E a mistura é feita através de idiomas, rítmos, instrumentos e técnicas vocais que vão da Bossa Nova ao canto folclórico japonês. O “Cross Culture Music” reflete a visão da cantora de que a mistura de culturas é enriquecedora, viável e que na essência, as manifestações artísticas são semelhantes e universais.

Texto do site Nippojovem/Haikka.

Fotos: Marcus Kiyohide Iizuka

www.nj.com.br/5.haikaa/index.php


Mauro Fuke - A trimendisionalidade do virtual



Recentemente na busca de um refugio viajamos ao sul do país. Eu e Marcus. Além do descanso, da cor azul e rosa do céu, da Lagoa dos Patos, e do vento a cantar descobrimos alguns esconderijos e nos deparamos com gente que gosta de viver neles. Para ter acesso a tal paraíso, com posse de um mapa, percorremos uma longa estrada, reta e interminável, caminho para o Uruguai. Nosso ponto final foi na cidade de Eldorado do Sul, é de surpreender o tesouro que encontramos escondido por lá.

Entre terra de chão batido, avistamos a casa contemporânea cujo telhado em forma de arco rompe com o ar bucólico de cidade do interior. Tratava-se da residência e atelier dos Artistas Plásticos gaúchos Mauro Fuke e Lia Mena Barreto. Ele mesmo, Mauro Fuke, que teve mostra individual no Instituto Tomie Ohtake no ano de 2003. Cujos objetos em madeira nos prenderam muita atenção. Vocês devem lembrar dos objetos modulares que se expandiam conforme o observador os manejava, e dos objetos surrealistas que surgiam rostos - corpos de sofrimento, e também dos que considero mais belos, os objetos arredondados feitos de repetições em progressão geométrica e aritmética, realmente para o espectador eram pura contemplação.



foto: reprodução de catálogo do artista

Mauro Fuke é formado em desenho pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e é do desenho virtual que saem estas belíssimas esculturas. O processo do trabalho é dividido em etapas. Primeiramente ele desenha no computador uma forma, nela é aplicada matemática, e através desta relação passa-se a reproduzir em escala virtual as peças que mais tarde esculpidas se tornarão obra de arte. Esta busca quase que obsessiva da perfeição é a característica principal de suas obras, e nisto ele é muito bem sucedido, pois o acabamento de tais objetos é impecável em cada milímetro. Talvez, por isso, o tenham convidado a fazer inúmeras obras no Estado do Rio Grande do Sul.

Encontramos obras belíssimas espalhadas pela cidade de Porto Alegre dentre elas a do Aeroporto Salgado Filho. Mas foi em Rio Grande uma cidade portuária, que encontramos uma obra suma importância a todos descendentes nipo-brasileiros. Um monumento que representa o Cinqüentenário da Imigração Japonesa no Estado do Rio Grande do Sul.

Agora, Mauro está iniciando uma nova série de objetos. Os novos objetos sugerem uma linha mais orgânica, na questão formal as obras estão menos geométricas, mas continuam seguindo um tipo de progressão matemática. A nova peça, que nos apresentou em seu atelier, ainda sem título, possui uma estrutura que revela linhas sinuosas, que se expandem do centro da escultura para fora. A forma lembrou-me de medusas marinhas. Senti nesta nova peça uma relação diferente com a materialidade escultórica, esta característica nova rompeu a impressão de introspecção deixada pela última série do artista. Vejo na nova série a busca de expansão. Num sentido amplo. È uma série mais livre, e tão rica quanto a anterior não perdendo em nada nas questões do acabamento.


Ainda no atelier conversamos muito e nos deparamos com um local aconchegante e organizado, além de um bate-papo agradável.Um verdadeiro tesouro. Conhecemos assim um pouco mais a pessoa a qual admirávamos pelas belas peças de arte. Um artista muito sensível, pai de família, que gosta de nas horas vagas chamar os amigos e cozinhar. Celebrando com eles em casa, entre peças de arte, a alegria de viver fazendo o que se gosta.

Fernanda Aiub Branchelli - Artista Plástica graduada em Escultura e História, Teoria e Crítica de Arte pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul –UFRGS

(data: 11/09/2007)

http://www.fernandabranchelli.blogspot.com/

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Kazuo Wakabayashi


Linguagem Própria & Arte Contemporânea



Em visita há um atelier de arte recentemente debateu-se a questão da originalidade nas obras de arte contemporânea, e o quanto é importante uma linguagem própria e única na criação de cada artista. Linguagem que conte sua origem, seu universo particular, o seu habitat. Dentro destas discussões está a obra do artista nipo-brasileiro Kazuo Wakabayashi, que estará expondo seus trabalhos no Museu de Arte Moderna de Londrina nos meses de junho e julho com: 22 gravuras e 15 pinturas.












Nesta exposição poderá se observar o universo criativo deste particular artista que mantém a tradição nipônica em constante contraste com as cores do Brasil. Wakabayashi chegou no Brasil em 1961, e as paisagens locais juntamente com povo brasileiro revelaram-lhe os contrastes desconhecidos até então. No Japão existe uma sutileza cromática, as cores são mais parecidas, mais monocromáticas, as paisagens mais delicadas, aqui ele descobriu o verde vibrante, os tons de terra avermelhados, os amarelos-ocres, os azuis-esverdeados, e uma paisagem mais primitiva. As cores vivas e vibrantes de suas obras foram surgindo no Brasil ao longo dos quarenta e seis anos ininterruptos de criação no país.

O artista conta-nos seu inicio de carreira no Brasil, onde começou ganhando um prêmio de arte no Salão do Rio de Janeiro em 1963, e que sua obra fora apreciada por um marchan da cidade, o qual passou a encomendar-lhe trabalhos, contribuindo para que se firmasse como artista no país. Desde o início, Wakabayashi sempre manteve como principio que a “alma da obra é mais importante que o pincel”, o que quer dizer: o signo a ser desvendado pelo espectador tem que se sobressair ao nome de quem o criou e a técnica que o artista utilizara, a mensagem incutida em cada obra tem de ser desvendada e tem sempre que mostrar a característica particular de quem cria, tem de ser única em cada trabalho, mas tem de manter a identidade do seu autor.

Wakabayashi produz diariamente arte, onde parece conter inspiração inesgotável. Utilizando técnica mista trabalha com sobreposição de material, utilizando colagem de papel, folhas de ouro, folhas de prata, e tintas acrílicas sobre as telas. É fascinante, a disciplina da repetição da forma acrescentada de linhas sutis desenhadas a pincel sobre os pequenos relevos, e os contrastes das cores vibrantes que utiliza em suas criações. O artista que completa agora no próximo dia dez de maio 76 anos nos faz refletir sobre o fazer “arte contemporânea”.

Além de ser um artista consagrado no país, mostrou -se como pessoa ser simples e gentil, valorizando sua família, aliás, toda sua família está ligada à arte. A esposa e a filha trabalham com designer de jóias e o filho atualmente no Japão em uma galeria de arte contemporânea.Ele me fez pensar que é possível, sim, construir obras contemporâneas de excelente qualidade partindo de suportes tradicionais, as quais muitas vezes são narradas nos atuais centros universitários de arte como ultrapassadas, ante as novas tendências do pós-conceitualismo.

Fernanda Aiub Branchelli, Artista Plástica graduada em Escultura e História, Teoria e Crítica de Arte pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul -UFRGS (DataTexto: 24/04/2007)

http://www.fernandabranchelli.blogspot.com/

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007